objeta:
qual parte de mim
que procuras?
É o todo ou o nada
que inauguras?
Que sorte te trará
minha leitura?
No mais das vezes
o que dizes
está dito
está escrito
já foi falado.
Mas o obscuro
olhar sobre a obscura fala
é o que o livro oculta.
Não só o que ilumina
mas o que incendeia
o pensamento
e ensina.
A leitura deste livro
pode ser uma obra.
Operar sobre si mesmo
como entalhe.
Lavrar a todo custo
o que lhe falte.
Apenas o silêncio
impera.
O livro-objeto
é o nervo exposto
da espera.
De nada adianta
desesperar:
lê, sê atento
ao que diz
o que é livre
para ser o que é.
Livre para ser
um livro.
25/10/2010 - 17h59